quarta-feira, 8 de julho de 2020

Quando nos tornamos pessoas interessantes


          Tenho me deparado com alguma frequência na internet com chamadas que afirmam que eu não sou tão interessante quanto pareço para mim mesmo. Explicando melhor, a preocupação excessiva com o eu me torna uma pessoa desinteressante e, pior, desagradável para outras pessoas.

          Um pouco de convivência com pessoas excessivamente egocêntricas revela esta realidade. Aqueles que focam muito em si ou falam muito da própria vida se tornam chato, bem como aqueles excessivamente sensíveis e reativos, pois forçam o mundo a girar em torno de suas personalidades causando justamente o afastamento daqueles que pretendem atrair.

          O problema é que a existência humana se dá num quadro que a transcende infinitamente, e o mais natural da personalidade madura e saudável é agir integrada neste meio. Dito de outra forma, uma pessoa saudável dá a devida proporção a si frente à realidade da qual faz parte. Isto significa valorizar-se o mínimo possível, pois estamos cercados por um Universo de uma vastidão incomensurável.

          Não por acaso, a máxima evangélica é amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. O primeiro ponto é justamente o senso das proporções, que exige de nós desprendimento e, portanto, humildade absoluta; é o apagamento do eu. O segundo ponto é o exercício do primeiro, porque o apagamento do eu se dá no serviço ao outro.

          Nos tornamos realmente interessantes quando nos dedicamos ao outro, nos abrimos à realidade entorno e honramos o real valor das coisas. Por consequência, os outros tenderão a fazer o mesmo e olhar para nós com o mesmo desprendimento, pois ganhamos estatura perante seus olhos.

          Não é de graça que foi justamente Jesus Cristo a pessoa mais interessante que já existiu, porque Ele serviu de forma abnegada até o último instante. O mesmo se observa nos santos e nas pessoas que se dedicaram aos outros ou às ações mais elevadas, bem como naqueles dedicados às suas famílias. No desafio que a vida cotidiana nos coloca, ser o menor de todos nos faz sermos o maior aos olhos daqueles que amamos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário