sexta-feira, 17 de julho de 2020

Deus nas pequenas coisas


"É estranho que a mais impopular de todas as doutrinas seja aquela que 
declara como divina a vida comum." (G. K. Chesterton)

          Esta afirmação acima revela um mundo cansado de si mesmo, enfadonho ao se olhar no espelho e ávido por aventuras.
          Chesterton bem sabia o perigo destas aventuras, que brotavam em sua época no outro extremo da Europa com a Revolução Russa, e que viria a tomar outra face bem no meio do continente ao fim de sua vida no anos 1930.
          As aventuras do mundo moderno não ficaram apenas nas máquinas, quem dera fosse, mas penetrou nos alicerces da civilização para transformá-la em outra coisa que não a vida comum do tipo de pessoa que Chesterton chamou de Homem Comum.
          Ora, a vida humana é mudança constante, mas tais mudanças dependem de regramentos perenes que permitam estabelecer um contínuo acontecer, regras claras para que o jogo prossiga ao longos das gerações.
          Há um ditado que diz que Deus está nos detalhes. Isto também pode ser entendido como a Sua presença em elementos ocultos que se revelam em pequenas coisas como o respeito, gestos de ajuda, a valorização da convivência familiar e comunitária, as boas amizades, a lealdade, a honestidade e a reverência aos mais velhos.
          Sobre este edifício se erguem as civilizações e seus grandes feitos. Portanto, Deus está nos fundamentos, e não nas obras grandiosas que sobre eles estão. 
          O divino é o simples, é a vida do dia a dia. O resto é floreio da vaidade humana.

Um comentário:

  1. Excelente texto, Marcos! Sim, Deus se revela nas pequenas coisas! Basta nos abrirmos à Sua Graça!

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