quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

Progressismo: o novo totalitarismo


A narrativa progressista consiste em considerar que a moral humana evolui linearmente ao longo da História. "Evoluir", aqui, é "superar" os comportamentos do passado e substituí-los por novos e melhores. Um exemplo: se no passado homem e mulher casavam, hoje qualquer um pode "casar" com quem bem entender (ou com quantos quiser), dado que o casamento homem-mulher tornou-se "superado", algo do passado, portanto, "retrógrado"; outro exemplo: hoje as questões ambientais estão em voga, coisa que ninguém dava bola no passado, mas qualquer crítica às suas causas causam frenesi e condenação dos mesmos progressistas, mesmo que a causa seja posta em questão pela simples dúvida de sua necessidade. Os que afirmam a existência das mudanças climáticas são cientistas, os que não afirmam são considerados "céticos".

Por isto os que possuem esta mentalidade se denominam "progressistas", porque se consideram adeptos da ideia de que a História "evolui" e "supera" as coisas do passado. E é exatamente por isto que os progressistas são essencialmente intolerantes: como a História não é mais guiada pela Providência ou pela real liberdade humana (que pode hora determinar mudanças de comportamento, hora preservar ou resgatar hábitos passados), a História mesma, em sua concepção linear, tornou-se um credo, e não há pecado mais mortal do que ir na contramão da História, ao custo de criar enorme sofrimento para a humanidade. Derrubada a Providência, a História virou deus, a toda-poderosa que exige que caminhemos com ela.
Progresso linear existe, porém, na ciência, que se desenvolve sobre conhecimentos já alicerçados no passado, ou no desenvolvimento da técnica, que melhora o que já existe. Já a mentalidade progressista idolatra o tempo e condena quem está fora do seu tempo. Para os progressistas, estamos condenados a caminhar "para frente", do contrário devemos ser condenados por contribuir para o sofrimento da humanidade. Isto, porém, não é progresso. É totalitarismo.