segunda-feira, 20 de julho de 2020

Os frutos dos "livros maus"


"É a literatura moderna dos educados, e não a dos ignorantes, que é agressiva e declaradamente criminosa." (G. K. Chesterton, em "The Defendant") 

          Esta afirmação de Chesterton é de 1901 e provavelmente se baseava nas desgraças publicadas algumas décadas antes. Mas também antevia as desgraças de depois.
          Como afirmou a profecia de Nossa Senhora de La Salette, em 1846, "os livros maus abundarão na Terra" e os espírito malignos "abolirão a fé pouco a pouco".
          Dois anos depois, Marx e Engels publicariam o "Manifesto Comunista", e de suas obras filosóficas surgiriam uma nova geração de intelectuais, os marxistas, que na geração seguinte, com Lênin, como bem mostra o historiador Perry Anderson, também um marxista, desembocariam na sangrenta Revolução Russa.

          Chesterton ainda não vira, naquele momento, a onda de obras revolucionárias que inundaria o século XX, os ataques à religião e a promoção do relativismo quando da penetração do movimento comunista na guerra cultural.
          E nem havia conhecido "Minha Luta", livro onde Adolf Hilter apresentavam suas venenosas ideias ao público e que inspirariam movimentos revolucionários como na Argélia e o mundo árabe; nem o "Livro Vermelho" de Mao Tsé-Tung (foto), que serviria para lavagem cerebral maciça na China e inspiraria movimentos sangrentos na Albânia, África, Sudeste Asiático e Peru.
          Livros necessariamente são escritos por pessoas com capacidade intelectual acima da média e, por sua divulgação, moldam o imaginário, a linguagem e os valores da grande massa, passando suas obras pelas mãos de professores e formadores de opinião. 
          No fundo, os intelectuais dirigem o mundo, porque a direção do mundo por líderes políticos, militares, religiosos e bilionários depende de um planejamento prévio que foi pensado e teorizado para ser colocado em prática. 
          Fossem as obras centradas em promover a herança dos antepassados e apenas divertir as pessoas numa medida justa e não haveria problemas quanto ao que Chesterton chama de "literatura moderna dos educados".
          Mas foi a traição dos intelectuais, para usar o termo de Julien Benda em seu famoso livro homônimo de 1927, que deu a justificativa para os horrores que se avizinhavam nos séculos XX e XXI.
          Dos livros maus, da má literatura, veio a relativização de todas as coisas, inclusive da dignidade humana, aviltada pelas guerras em larga escala nas cidades, campos de concentração, engenharia social e aborto. E daí para o caos e o genocídio foi um pequeno passo.

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