segunda-feira, 20 de julho de 2020

O pátrio poder e a defesa da liberdade individual

"Se indivíduos têm qualquer esperança de proteger suas liberdades, 
eles precisam proteger sua vida familiar." (G. K. Chesterton)

          A principal defesa da liberdade individual contra a interferência de um poder externo, principalmente do Estado, é a família. Não por acaso Chesterton defendia com tanta frequência esta divina instituição.
          O pátrio poder (ou poder familiar) é a fonte não só de proteção física, com o sustento necessário à pessoa em momentos de dificuldade, mas também psicológica, dado que a família dá orientação e segurança sobre o que se deve ou não deve fazer no dia a dia e nos rumos da própria vida.
          Isto significa seguir apenas um senhor, obedecer a uma autoridade ou a princípios a ela vinculados sem ter de prestar contas a um terceiro sobre o que faz ou deixa de fazer.
          O vínculo familiar reforça a proteção das liberdades também devido ao seu caráter emocional. Trair a família, afastar-se dos parentes, desobedecer os pais ou intimidar os filhos gera sofrimento, e para evitá-lo é melhor manter-se unido aos entes queridos, um escudo natural e espontâneo a qualquer ameaça externa.
          E tais ameaças muita vezes se manifestam de forma sutil, como nos meios de comunicação, que inculcam valores e visões de mundo por vezes abertamente contrários à família.
          Desagregar a família é deixar seu componentes expostos, a sós, contra todo o tipo de influência e crises externas. Necessitadas de vínculos, as pessoas buscam, na ausência de uma relação íntima, fincar suas raízes em outras coisas ou, pior, aderir de imediato às modas do momento.
          Por isto a mentalidade contemporânea de postergar indefinidamente a geração de filhos ou de delegar à escola sua formação moral é abdicar da formação da família e, portanto, das próprias defesas que garantem suas liberdades pessoais.
          Se as pessoas querem simplesmente "curtir" a vida, o preço a pagar será sua submissão, que a cada dia se manifesta de forma mais sutil e ostensiva até o dia em que ter uma família fora dos cânones progressistas se tornará crime.

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