domingo, 15 de novembro de 2020

O jovem moderno: tijolo para a militância

"Os jovens modernos nunca mudarão o ambiente em que vivem porque estão sempre mudando de ideias." (G. K. Chesterton, em "Ortodoxia")
O jovem, por definição, está buscando uma identidade definitiva e um caminho a trilhar no futuro. Ele testa, aqui e ali, o que pode ou não viver para construir sua narrativa de vida.
Se há uma coisa que o jovem não tem, e diríamos que são poucas as exceções à regra, é constância nas ideias, porque é necessário tomar conhecimento de várias delas para saber qual pode ser o fundamento de sua vida.
A narrativa precisa de um enredo, e este enredo é construído através da experiência.
A situação é muito mais complicada quando se trata do jovem moderno. Este é tão inconstante quanto seu estilo de vestimenta. Está a todo o instante absorvendo o que a propaganda e os professores estão lhe apresentando na TV e em sala de aula.
O jovem moderno acaba por abraçar tudo ao mesmo tempo, o que significa que não abraçar nada. É instigado a todo o instante a transformar o mundo, conferindo-lhe a imagem de modelo de conduta.
Em outras palavras, ao jovem moderno é oferecido todo o tipo de narrativa de vida aparentemente sábia e heroica sob a promessa de viver uma existência abundante e plena de sentido.
Por isto mesmo este jovem é matéria-prima abundante para organizações ativistas. Ele é a face do militante, a pessoa entregue de corpo e alma a uma "causa" convencida de que encontrou a coisa certa a fazer pelo "bem" da humanidade, e por isso mesmo confortável com sua escolha; acredita na ilusão prepotente de que sua narrativa é a única correta condenando as demais ao ostracismo e ao silêncio.
O ambiente do jovem militante é o "coletivo", que lhe dá outro benefício, o de sentir-se emocionalmente aceito a um grupo, a quem devota fidelidade pelo intenso vínculo afetivo.
Com o futuro definido, uma narrativa aparentemente coerente, uma vida emocional satisfeita e um bem a realizar, o jovem moderno, tijolo no edifício da militância, agora sente-se capaz de transformar o mundo e, claro, julgá-lo, como se fosse ele mesmo a encarnação das leis da História.
Não é por acaso que este tipo de gente seja capaz de infringir as leis, cometer crimes, tacar fogo em tudo, e que seus alvos sejam justamente os burgueses, os "fascistas", os cristãos.
Se hoje atentam contra lojas, instituições e igrejas, é porque amanhã atentarão contra as pessoas que estão dentro delas.

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