domingo, 25 de setembro de 2016

O moralismo ecologista planetário: guerra contra a família

(Para muitos defensores do "aquecimento global", há uma catástrofe à vista. E você é o responsável.)

Acabo de ler uma reportagem divulgada no site da revista Exame sobre o estudo de um professor de filosofia moral da Universidade de Johns Hopkins. Segundo o texto, Travis Rieder afirma que há quatro fatores que determinam o ritmo da poluição que contribui para o "aquecimento global": o teor de carbono nos combustíveis, o consumo de energia necessária para produzir riquezas, o tamanho do PIB dos países e sua população. Este fatores ajudariam a estimar a quantidade de carbono na atmosfera, cálculo conhecido como "identidade Kaya".

Acontece que a reportagem traz uma breve entrevista com Rieder, que diz expressamente:
"Existem 19 milhões de crianças esperando adoção e uma mudança climática catastrófica no horizonte. Colocar uma criança no mundo piora a mudança climática e, se não nos organizarmos, isso pode não ser muito bom também para a criança."
"Esta é uma questão de política pública. Ou você pode dizer que um problema como mudança climática exige que modifiquemos nossa cultura de obrigação individual e que todo mundo precisa pensar em ter famílias pequenas,"
As colocações do professor são assustadoras. Primeiro porque coloca uma catástrofe "no horizonte", isto é, estamos caminhando para o caos; segundo porque ele relaciona diretamente o número de crianças com a catástrofe. A conclusão é simples: o número de filhos é uma das causas diretas do "aquecimento global". Esta relação, como continua a entrevista, está no elevado padrão de consumo desejado pela humanidade como um todo. Mais crianças gerariam mais consumo que geraria mais aquecimento levando à catástrofe.

(Quanto mais filhos, mais consumo, mais rápida a catástrofe do "aquecimento": o moralismo ecologista planetário contra a família.)

Não posso fazer uma crítica do livro porque não li, mas posso e devo fazer uma observação sobre a reportagem. Seu título diz: "Quer frear o aquecimento global? Pare de ter filhos". Tanto o título da reportagem quanto o autor são enfáticos no apelo moralista contra o aquecimento. É um alerta de submissão imediata da vida privada ao ecologismo planetário.

A grande questão, no meu entender, está na relação causal entre o nascimento de uma pessoa e um fenômeno ultra-complexo e altamente duvidoso como o "aquecimento global". Este fenômeno não é consenso entre os cientistas, ao contrário do que diz em bloco a grande mídia no Ocidente. O documentário A Grande Farsa do Aquecimento Global, por exemplo, põe em cheque a relação causal entre a ação humana e o suposto aquecimento. Isto colocaria por terra a tese de Rieder (como apresentada na reportagem, importante destacar) e de tantos outros catastrofistas tão badalados nos grandes meios de comunicação.

(Um dos gráficos apresentados pelo A Grande Farsa do Aquecimento Global mostra a queda da temperatura média no Ártico no período de boom econômico após a Segunda Guerra quando houve a reconstrução da Europa e a industrialização de países com o Brasil.)

(Expansão do gelo na Antártida entre 2006 e 2014: sucessivas quebras de recorde. Aquecimento?)

Afirmações como a de Rieder e o teor da reportagem são comuns na televisão e nos jornais. Diversas outras vezes me deparei com o mesmo conteúdo e o mesmo apelo moral contra este tipo de catástrofe. É como se fôssemos pessoalmente responsáveis pela catástrofe anunciada e o genocídio de nossos próprios filhos. Este é, no meu ver, o ponto mais crítico: o novo padrão moral exigido pelo ecologismo planetário. Cada um é responsável por "salvar o planeta" e evitar a matança. A relação causal entre o nascimento de uma pessoa e um fenômeno ultra-complexo e altamente duvidoso é tão moralmente absurdo que deveria ser impiedosamente rejeitado e seus proponentes ridicularizados. Uma coisa é levantar a questão para discussão (estou dentro), outra é recomendar um padrão de conduta absolutamente impossível de ser regrada dada a generalidade e o esforço mastodôntico exigido. O moralismo ecologista planetário é tão absurdo é tão totalitário que deveria ser expelido do debate público de forma impiedosa e servir no máximo como objeto de reflexão filosófica ou enredo para obras de ficção.

(Fotografia que ficou famosa na internet onde um homem doa seus chinelos à moradora de rua no Rio de Janeiro: ajudar o "mundo" é impossível. Comecemos pelo próximo. É mais simples e eficaz.)

Ajudar o próximo com a caridade pura e simples é infinitamente mais eficaz do que baixar a cabeça para moralismos do tipo "salvar o planeta" mediante a ameaça de uma catástrofe. A caridade é um trabalho concreto e a garantia de retorno a olhos vistos, que quantos mais filhos estiverem a serviço mais gente se beneficiará.

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