segunda-feira, 3 de outubro de 2022

Até quando?

          Até quando as pessoas vão acreditar nos "jornalistas" da velha "mídia"? Até quando as pessoas vão acreditar em institutos de pesquisa? Até quando as pessoas vão acreditar que a televisão informa imparcialmente e se baseia na ciência? Até quando as pessoas vão acreditar que os termos que circulam na boca da esmagadora maioria dos formadores de opinião não falam de realidade, mas foram fabricados justamente para moldar o comportamento das pessoas? Até quando as pessoas vão parar de acreditar em "nossas" instituições e no chamado "Estado democrático de direito"? Até quando as pessoas vão acreditar que a solução de nossos problemas está na política?  Até quando?

          No último dia 2 tivemos eleições onde um condenado pela justiça pleiteava o maior cargo da república, cuja disputa era organizada e monitorada por uma ditador e criminoso afoito por impor aos seus desafetos e inimigos do sistema o ostracismo do silêncio ou a cadeia. Isso por si só punha por terra a legitimidade do pleito que, desmoralizado desde dentro, não tinha validade alguma fora o fato de se impor como realidade imediata inescapável. 

          As informações em circulação são, em grande parte, moldadas por um consórcio que se diz de comunicação munido por números de um outro consórcio, o dos institutos de pesquisa, cuja margem de erro foi, em massa, pelo menos três vezes o que este grupo previa. A favor do condenado, é claro.

          Muito feliz foi a definição do primeiro grupo ao se chamar de "consórcio", pois talvez seja o melhor termo para definir uma máfia sem chamá-la pelo nome. 

          E não se enganem que a força política contrária ao sistema falso e podre é capaz de salvar a pátria. Não é. Pois seu drama - e do país inteiro - jaz em deitar no berço esplêndido do artificialismo estéril da república, que há cento e trinta anos tenta absorver tudo à dimensão da política e criar a nação à imagem e semelhança de seus erros e falsidades. 

          Há multidões inteiras acreditando que basta um bom executivo para virar a maré das mazelas nacionais. Quem dera bastasse arrumar o corpinho sem antes arrumar a cabeça. Num sujeito que está louco e metido em macumba até a goela, pouco vai adiantar ficar bonitinho e regular o colesterol.

          O problema está na cultura; o problema está no espírito. Porque se muitos acreditam que tudo passa pela política, então a dimensão existencial, alongada infinitamente pelo elevado mistério da vida, é rebaixada e achatada ao manejamento das coisas do mundo. Para essa massa, Cristo é impotente sem o braço do poder de César. Sua fé está depositada no lugar errado, e tudo é esmagado pela horizontalidade da dimensão política.

          Uma boa dose de ceticismo manejada pela prudência é garantia de sanidade mental. Ninguém consegue se manter são e sustentar uma esperança verdadeira apostando suas fichas neste hospício republicano, agora dominado pelos consórcios e o juízes de capa preta, aliados na luta contra uma nação que insistem em querer governar.

          O primeiro passo é colocar a própria cabeça além de seus limites, acima do buraco aberto no teto da cela hospitalar. É no alto que depositamos nossa confiança. O exemplo arrasta, e as pessoas não conseguem acreditar numa mentira para sempre. 

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