"O temor de Deus, que é o princípio da sabedoria, e que por isso pertence aos princípios, e que se sente no frio das primeiras horas antes da alvorada da civilização; (...) o temor que está enraizado, com razão, nos princípios de toda a religião, verdadeira ou falsa: o temor do Senhor que é princípio, mas não fim de toda a sabedoria."
(G. K. Chesterton, em "Santo Tomás de Aquino")
A infinitude divina é aterrorizante para o homem. A desproporção entre nós e nosso Criador é infinita, e esta deve ser a medida da reverência de devemos a Ele.
Esta reverência é o temor, palavra mal compreendida mesmo pelos cristãos, dado que muitos tomam "temor" por "medo".
De fato, Deus causa medo por Sua imensidão, mas este medo é transmutado pelo amor que Dele emana, porque o amor é bom e não há porque dele sentir medo. O medo transforma-se em temor, e este temor deve ser proporcional à desproporcionalidade entre nós e nosso Deus.
Disto provém todas as atitudes de respeito, admiração, reconhecimento, louvor, amor, adoração a Ele. E a adoração é justamente reconhecer Nele a Causa Primeira de todas as coisas.
Quem adora as coisas erradas está colocando nestas coisas o princípio de tudo, bem como a salvação de sua alma. É isto que a Bíblia chama de idolatria, dado que ídolos são para serem adorados.
A menção que Chesterton faz ao temor na sua obra sobre São Tomás de Aquino apresenta esta realidade divina: que todo o respeito, glória e louvor deve-se unicamente a Ele, que existia desde antes das civilizações e que serve como fundamento das mesmas.
Assim nasce a sabedoria: temer a Deus é reconhecer Sua infinitude, saber quem Ele é e, por referência, quem nós somos, tomando a real proporção de todas as coisa e acontecimentos.
O sábio não decora regras, mas as aplica segundo as circunstâncias da realidade e dirige os corações para que descubram, vejam, contemplem e louvem a Causa Primeira de tudo o que há.
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