segunda-feira, 18 de maio de 2020

Família: fundamento da ordem e continuidade da tradição


          Esta afirmação de Chesterton soa óbvia, até mesmo irônica, como alguém fazendo chover no molhado em tom de zombaria.
          Por vezes, é necessário dizer o óbvio para que as pessoas atentem e tomem consciência da realidade profunda das coisas.
          Por detrás de uma fazenda familiar, diz nosso escritor, é necessário haver uma família. O mesmo pode ser dito de uma empresa familiar, por definição dirigida por uma família.
          A partir do momento que um negócio adota métodos de promoção de cargos por meio de uma seleção racional prévia, o poder de direção da empresa muda não só de escala como de plano: passa de uma ordem "natural" para uma ordem moderna, artificial.
          Talvez seja esta a consciência que Chesterton quer aqui nos infundir. Um mundo que espera preservar suas tradições tem de preservar os fundamentos de onde essas tradições brotam.
          Não podemos falar de educação para crianças pensando apenas na escola. É óbvio, mas frequentemente esquecido (deliberadamente) nos planejamentos governamentais, que a educação pertence primordialmente aos pais, não à escola, seja pública ou privada.
         A afirmação de que a educação começa em casa é tão tautológica quanto dizer que a empresa familiar se dirige com uma família.
          Num mundo onde tudo foi burocratizado e regulado por autoridades que se manifestam de forma impessoal, como "Estado", "lei", "governo", "prefeitura", "secretaria", etc, é sempre necessário recordar que alguém de carne e osso de posse de suas intenções e consciência está dirigindo o curso dos acontecimentos.
          A artérias por onde corre a vida são necessariamente humanas. Quanto mais artificiais são estas artérias, mais difícil tende a ser a vida e mais de nossa história tende a ser perder pelo caminho.

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