"Um ser humano realmente humano colocaria, sempre, as coisas espirituais em primeiro lugar."
(G. K. Chesterton, no artigo "O País de Pernas para o Ar" em "Tremendas Trivialidades")
Todos nós sabemos que nascemos de pai e mãe. Mas o que havia antes? E o que haverá depois com o fim inexorável da vida?
A vida humana é um mistério: não sabemos de onde viemos, nem para onde vamos.
Porém, no fundo temos uma ânsia pelo eterno, a necessidade de preencher este mistério marcado no microcosmo de nossa alma, cuja satisfação só pode ser na plenitude do Absoluto.
O ser humano é essencialmente religioso, espiritual. É da condição humana ter consciência e, portanto, ter de lidar necessariamente com este mistério.
A vida espiritual é uma forma de buscar resposta, dirigir o drama da existência e aplacar a angústia que permeia, em maior ou menor grau, este teatro da vida.
E se, após a morte, houver nada? Seremos apagados da existência na eternidade do vazio? Ou há algo para o qual fomos criados? E este algo é bom ou mau?
Todas as pessoas que negam este problema estão inevitavelmente respondendo ao mistério, mas através de um fechamento espiritual e do fingimento de que o plano do espírito não existe.
Ser um ser humano é, portanto, ter uma atitude perante o mistério, seja de fechamento temeroso ou de abertura confiante.
Por isto, ao exemplo da frase acima, o escritor G. K. Chesterton afirma que um humano é essencialmente humano quando coloca as coisas espirituais em primeiro lugar.
Porque nosso drama fundamental é espiritual e só pode ser respondido pela atitude do espírito. A fuga disto é medo, é covardia, é reduzir-se a um desesperado punhado de matéria orgânica a negar a própria humanidade.
O drama da existência não é para covardes.
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