A agenda progressista fornece aos indivíduos a narrativa de que nossa identidade é meramente subjetiva, algo construído pelo meio social.
Mas pessoas que não podem se identificar objetivamente são qualquer coisa que desejam ser. Portanto, nossa autoimagem torna-se referência para a realidade. A opinião é erigida como verdade.
A demolição de todo o senso concreto de realidade fragmenta não só nossa identidade real como torna impossível o diálogo dentro de uma sociedade. Se minha identidade é subjetiva, quem é o outro para questioná-la ou, mais ainda, negar meus direitos?
A situação torna-se ainda mais complicada porque, se a identidade é subjetiva, então é igualmente subjetiva as regras de um debate, um diálogo.
Pessoas sem identidade objetiva não podem estabelecer regras de diálogo uns com os outros porque estas regras também são subjetivas e, portanto, moldáveis ao sabor do vento.
A política, que é (ou deveria ser) o campo do debate livre por excelência, torna-se uma guerra de surdos. Afinal, quem são os homens para questionar os direitos das mulheres? Quem são os homens e mulheres para questionar os direitos LGBTs? E quem somos nós para discriminarmos animais abandonados?
No "debate democrático" prevalece a narrativa do grupo militante, e dentre os grupos militantes prevalece a lei do mais forte. Não vence quem tem razão. Vence quem é mais astuto e mais poderoso.
Assim, a alegação de Chesterton acima não é uma ironia, mas uma realidade profética que tomou proporções globais e absurdas. Vivemos na era da intolerância travestida de democracia.
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