Quando os socialistas "clássicos" afirmam que os meios de produção deveriam estar sob controle do povo, eles estão afirmando que as riquezas produzidas por estes mesmos meios seja igualmente distribuída para todos.
No artigo "Os perigos do socialismo", Chesterton é bastante lúcido e direto ao observar que é impossível, por questão prática, que todo mundo controle os meios de produção. É estritamente necessário que um grupo de pessoas faça este serviço e que a grande maioria não tenha relação direta com ele. Este grupo, portanto, precisa ser justo, bom e refletir a consciência do povo.
Chesterton faz a seguinte pergunta: dado que há pessoas boas e más na sociedade, não seria a ordem socialista perigosa? A necessária centralização do poder para a realização do socialismo torna a tirania um perigo sempre à espreita. Qualquer um que se levantasse contra a ordem estabelecida poderia ser privado dos meios de subsistência e tirado do sistema. Futuramente, Stálin viria a corroborar exatamente esta ameaça.
O cientista político Robert Michels também observava este perigo, mas como uma necessidade do sistema. Na década de 1920, Michels, então um socialista, desenvolveu a chamada "lei de ferro da oligarquia", que consiste centralizar o poder numa elite para que seja possível a realização da democracia em sua forma mais direta possível.
Idealmente, esta lei de ferro consistiria em concentrar todo o poder em um único indivíduo, que encarnasse a vontade de todos. Anos mais tarde, Michels se tornaria adepto do fascismo, cujo lema máximo seria exposto por Mussolini, ao declarar: "Tudo para o Estado, nada contra o Estado, nada fora do Estado."
Dada a experiência de Michels e a, louvada pelos marxistas, "experiência socialista", não surpreende que fascismo e socialismo sejam irmãos na tirania.
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