"Nada importa, exceto o destino da alma."
(G. K. Chesterton, em "Appreciations and Criticisms of the Works of Charles Dickens")
Todos têm a certeza da morte, porque a experiência de vida e a própria condição humana apontam a todo o instante para o mesmo destino.
Por isto, a única coisa realmente relevante nesta vida é a morte ou, dito de outra forma, o destino da alma a que se refere Chesterton na frase citada acima.
Ela resume a totalidade de nossa história, decisões, ações, omissões, vida em família, trabalho, sentimentos, pensamentos... tudo cessa no momento da morte.
Em outras palavras, tudo cessa perante o destino da alma, que adquire prevalecimento absoluto não apenas no sentido do eterno, mas também nesta vida de hoje.
Porque o plano do eterno para o qual a alma se projeta abrange desde já o tempo atual. Por definição, o eterno é maior do que o tempo.
Se estamos vivos, isto significa que já estamos no para-além, já estamos na vida eterna! Apenas não a percebemos sensivelmente e não sabemos o momento em que o salto qualitativo para o outro mundo se dará.
Por isso o destino de nossa alma deve ser nosso imperativo máximo, pois tudo o que aqui temos ficará. Até mesmo o corpo. Viemos a sós, nus, e iremos novamente sós, menos do que nus.
Temos de ter o devido e especial cuidado com nosso destino, dado que a alma nada mais é do que nosso eu, nossa pessoa, com sua história e decisões carregadas para o eterno.
Seria insuportável passar a eternidade acompanhado de alguém que consideramos insuportável. Amar a nós mesmos (sim, este é parte do segundo mandamento, não podemos esquecer) é garantir, em alguma medida, que vamos nos aguentar para sempre.
E Deus tem preferência àqueles que se amam verdadeiramente. Não poderemos amá-Lo se não nos amarmos verdadeiramente e sem medida.
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