A avareza é uma perda do senso das proporções. Ao colocar a posse de seus bens acima de valores mais elementares, o avarento acaba por criar sofrimento a si e aos outros ao criar um conflito entre as necessidades reais e seus desejos pessoais.
Ao colocar seus bens acima de tudo ele está pervertendo a realidade, desconectando-se dela.
Porque as prioridades (por exemplo, a saúde de um doente ou a união de uma família) revelam uma hierarquia de valores que está expressa na própria ordem das coisas.
Por isto o avarento é um louco. Ele não se importa com o que é real; importa-se, isto sim, com seu apego, seu desejo de posse e sua auto-imagem projetada vaidosamente em seus bens.
Chesterton acerta em cheio na loucura do avarento ao dizer que ele prefere seu dinheiro à realidade.
Porque o louco é aquele que está desconectado do real, que vive numa vida interior isolada do exterior; ele não enxerga o que acontece ao seu entorno e perde o senso das proporções que a ordem lhe apresenta.
O avarento, ao fechar-se em seu desejo, apego e vaidade, cria um escudo em torno de seu coração que o isola do real.
Isolado do mundo, ele acomoda-se em sua casa interior, um hospício adornado por suas riquezas, medindo o mundo por sua loucura e julgando-o por sua feiura.
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