Existe uma constante na totalidade dos seres vivos sobre a Terra: todos, sem exceção, nascem, crescem, envelhecem e morrem. Mais cedo ou mais tarde, todos morrem.
Mas se a morte é inevitável, ela também é desagradável. Desagradável porque nos força a encará-la mesmo que a esqueçamos; desagradável porque é inevitável.
Mesmo que não pensemos na morte, ela paira nas profundezas de nossa mente, marcada pela realidade que nos envolve ao vermos plantas, animais e pessoas morrerem e pela própria condição humana.
No fundo, sabemos quem somos, e o que somos não dura para sempre neste mundo.
Não fosse o desconforto da morte e estaríamos presos no eterno presente despreocupados com o vindouro; presos no aqui e agora, ao sabor das circunstâncias de cada momento.
Seríamos moldados pelos tempos, pelas pulsões, pelos meros desejos fugazes que variam segundo os ponteiros do relógio e as estações.
Perderíamos, em suma, a condição de homem, porque a natureza humana é imutável e válida para todas as épocas e lugares, recoberta apenas pelas culturas das comunidades e as experiências pessoais dos indivíduos.
Não fosse a morte e perderíamos o contato com o que nos é mais essencial, o nosso coração, dimensão onde habitam conjuntamente nossa memória, vontade e inteligência.
Não fosse a morte e deixaríamos de ver esta condição inevitável que, justamente por ser desagradável, nos fixa em algo permanente forçando-nos a não viver única e exclusivamente segundo os sinais dos tempos.
O homem é homem porque morre. A eternidade não é, nem pode ser neste mundo. A eternidade neste mundo é para as bestas, no outro para os santos.
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