domingo, 26 de abril de 2020

O pecado original em forma de sistema


          O socialismo necessita da concentração de poder para sua implantação. A razão é simples: se este sistema preconiza a igualdade socioeconômica, então é necessário que alguém tenha poder maior do que as grandes empresas e corporações juntas para transferir renda dos mais ricos aos mais pobres.

          Ocorre que a lógica socialista não precisa de mais nada. A este sistema basta a resolução da desigualdade para que todos os demais elementos da sociedade se ajustem automaticamente.

          Religião, cultura, arte, educação, comunicação, ordem social, hábitos, costumes... todos estão subordinados à lógica socialista da correção das desigualdades econômicas. Todos são portanto, dispensáveis.

          O socialismo parece um objetivo simples de realizar, mas sua realização depende da subordinação de todas as coisas à vontade de uma elite superpoderosa plasmada no sistema.

          É neste sentido que Chesterton afirma que o socialismo não se baseia no otimismo, mas no pecado original. Nesta ordem, o homem não precisa de nada mais do que a elite governante. Cultura, hábitos e religião são ilusões dispensáveis quando comparados ao objetivo supremo.

          No socialismo, todo o poder de transformação do mundo está nas mãos do homem, que determina inclusive a moral, o que é o Bem e o Mal na nova ordem vigente. Ele tudo sabe. Faz de sua soberba a norma juridicamente estabelecida.

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