terça-feira, 28 de abril de 2020

Os três pilares da dignidade humana


          Os princípios como justiça, liberdade e igualdade são vazios e nada significam se colocados apenas como abstrações.
          Um dos erros mais comuns nos debates atuais é tentar entender a realidade raciocinando em cima de palavras. Justiça, liberdade e igualdade não devem ser compreendidas por si mesmas, a não ser como tipo ideais, mas como elementos que se manifestam em algum grau no mundo real.
          Se pretendemos viver num mundo justo, como fazer para que a justiça prevaleça nas relações humanas? Se almejamos a liberdade, como garantir que a tenhamos dentro das tensões existentes na ordem social? Se sonhamos com a igualdade, em que condições ela se faz presente?
          Por isso colocamos esta passagem de Chesterton. Os três princípios podem se manifestar nas condições por ele apresentadas: a liberdade de ação para os despossuídos dos meios práticos de ação, a justiça para os mais fracos em face aos mais poderosos e a igualdade nas condições mínimas de vida.
          Estes três elementos confluem para um único princípio a ser defendido. Na verdade, não um princípio, mas um dado da realidade do homem: a dignidade humana.
          Ser homem significa possuir, em sua natureza e, portanto, de forma concreta e inegável, uma dignidade intrínseca. Despidos de todos os nossos aparatos legais, mentais e materiais, ninguém pode se impor a ninguém, todos têm capacidade de agir livremente e todos são iguais perante todos.
          Mas como vivemos num mundo complexo administrado por leis e princípios que variam de local para local, as condições de justiça, liberdade e igualdade variam muito de pessoa para pessoa e estão relacionadas aos seus meios de ação e às decisões pautadas (ou não) sobre estes princípios.
          Defender a dignidade humana é fundamentar a justiça, a liberdade e a igualdade na realidade concreta. Os idealismos suprimem o mundo e desembocam na tirania, esmagando estes mesmos princípios e destruindo (inclusive fisicamente) a pessoa que dizem defender.
          Não por acaso a dignidade humana é elemento central da Doutrina Social da Igreja. Graças a uma visão real do homem dada na Revelação, a Igreja vê seu ideal manifesto não em abstrações, mas na realidade, ordem na qual se manifesta a Verdade.
          E não por acaso Chesterton, um convertido ao catolicismo, encontrou nesta mesma realidade um caminho para a Verdade.

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