A ascensão da modernidade deu poder e voz não ao homem comum, mas ao louco, ou ao que Chesterton chamou de "Homem Incomum".
O liberalismo e o crescimento da riqueza material deu a muitas pessoas a capacidade de influenciar os rumos das sociedades, seja por ação econômica, seja por meios políticos.
Utilizando as nomenclaturas de nosso querido escritor, o Homem Comum não quer publicar um jornal para influenciar a opinião pública ou fundar uma seita, quer antes poder falar livremente de política e fundar uma família.
Já o Homem Incomum, este sim quer usar seu dinheiro e fundar um jornal ou ter sua seita. Os meios de vida criados pela modernidade, bem como as ideias em seu bojo, deram vida ao desejo do Homem Incomum de espalhar e impor seus ideais e ações ao Homem Comum.
A este fenômeno Chesterton chamou de "empoderamento do lunático", a concessão aos loucos da capacidade de dirigir o rumo dos acontecimentos.
O louco aqui não é o clinicamente maluco, mas o homem desconectado da realidade vivendo dentro de seu mundo particular e julgando a humanidade à sua imagem e semelhança.
Suas análises e decisões levam não só ao erro, mas à opressão do Homem Comum, que vê numa garota uma garota e não um "gênero" abstrato, que vê num dia quente um dia quente e não o "aquecimento global", que desconfia de alguém por gestos suspeitos e não por "racismo" ou "preconceito".
Na ordem estabelecida pelos loucos, o senso do Homem Comum é a defesa mais sóbria, simples e segura para garantir um mínimo de sanidade e paz, mesmo dentro de um hospício.
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