Alvo de certa desconfiança e muitas piadas, a sogra é uma pessoa de coração dividido que ora deseja a felicidade de seu filho, ora deseja nunca perde-lo para alguém de fora de seu ninho.
O ventre antes cheio de amor e realização agora assiste, absorto, o adeus daquele que preenchia sua vida.
O cordão umbilical antes ligava seu corpo; agora une dois corações e duas carnes num coração e numa só carne. Ela, a sogra, é expectadora da união. Não são três carnes.
Da mesma forma que está dividia entre a pessoa que se vai e o desejo de mantê-la sob sua proteção, a sogra também divide-se entre o filho distante e o esposo ao seu lado.
É comum os casais passarem pela crise conhecida como "síndrome do ninho vazio": quando os filhos saem de casa, o homem e a mulher precisam reajustar não só suas vidas como suas expectativas.
A mãe, que é o centro da vida familiar, o arquétipo da casa que tudo abraça e guarda, agora possui um espaço vazio preenchido apenas pela metade por seu esposo.
Mas o sol brilha na vida da sogra, a felicidade não é uma ilusão; a luz que se afasta com o passarinho que voa distante é a mesma que a mantém viva e luminosa tal qual o luar que brilha à luz do sol distante.
O amor vive e se espalha pelo Universo inteiro.
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