O amor real é entrega, abnegação de si, o desejo de ser um com o outro. Não há amor onde não há desejo profundo de união.
Por isso os amores falsos muito propõem e pouco realizam. São declarações de amor e intenções retóricas que desembocam, no momento da provação, em apatia ou fuga.
Dostoiévski foi certeiro ao apresentar esta falta de amor num monólogo de "Os Irmãos Karamazov", onde o monge Zossima alertava sobre as palavras de um médico que disse "quanto mais amo a humanidade em geral, menos amo os homens em particular".
Porque a humanidade é uma abstração genérica, está difusa pelo mundo; o homem concreto é algo vivo, visível, olho no olho, que sente e vive as consequências de nossas ações. É fácil amar pela boa intenção ou pela ideologia, difícil é se sacrificar pelo próximo.
Por isso Chesterton nos deixa esta mensagem na Semana Santa: o verdadeiro amor é sacrifício, que pode ser levado às últimas consequências.
Quem ama não mata, não julga os outros em nome de qualquer ideal que seja, mas morre aos poucos por aqueles aos quais seu coração de inclina esperando recebe-los no Paraíso.
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