sábado, 18 de abril de 2020

A raízes do mundo (por Chesterton)


          A civilização humana pode parecer algo puramente material, imanente. Muitas pessoas concebem este conceito como o mundo construído, com cidades, máquinas, locais de trabalho, meios de comunicação e uma infindável aglomeração de pessoas.
          Mas a civilização se sustenta sobre princípios que são invisíveis aos nossos olhos, como os laços familiares, os acordos tácitos baseados em valores comuns, a fé que habita o coração de cada um, mesmo que no silêncio absoluto, e que impulsiona a pessoa a fazer a coisa certa segundo as normas estabelecidas como forma de realização pessoal e agrado a Deus.
          Estes princípios são as raízes do mundo e, assim como as raízes, são invisíveis aos nossos olhos.
          Chesterton afirma, em seu artigo "As raízes do mundo", que tais raízes são a religião. Porque é da religião que brotam fundamentalmente todos os princípios sobre os quais a sociedade se sustenta e desliza na linha do tempo.
          Neste artigo, nosso querido escritor apresenta a parábola de um garoto que desejava arrancar uma planta do solo para descobrir como ela crescia, mas os adultos lhe diziam que ele não podia arrancá-la e davam-lhe os motivos mais tolos para isto.
          Instigado pela curiosidade até desembocar na soberba, o garoto tenta arrancar a planta com toda a força causando estragos no local onde mora. Anos mais tarde, ele retorna com um grupos de homens para realizar seu desejo e, tentando arrancar a planta a todo o custo, provoca destruição mundo afora e, insistindo em sua obsessão, dá origem ao caos e a revolução.
          Não se pode arrancar a religião sem consequências, ou seja, destruir todos os princípios que sustentam a civilização. Arrancadas nossas raízes mais profundas, tudo desabará, e no lugar do paraíso soberbamente desejado, no lugar da vontade de determinar o Bem e o Mal, restará o caos, a destruição e a morte.

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