sábado, 29 de agosto de 2020

A perenidade da Igreja e as modas que passam

 "A Igreja sempre se coloca contra a moda passageira do mundo; e ela tem experiência suficiente para saber quão rapidamente as modas passam." (G. K. Chesterton, em "Por que sou católico")

          Esta afirmativa de Chesterton pode ser perfeitamente compreendida à luz da Revelação, que é a Palavra de Deus que nunca passa e que é, portanto, válida a todas às épocas.

          Mas nosso escritor está chamando a atenção não para a imutabilidade da Revelação, e sim o efeito da experiência da Igreja ao longo da História.

          É justamente a Revelação que dá à Igreja a firmeza inerente à sua condição de Igreja, que é ser construída sobre a rocha.

          Esta rocha permite à Igreja viver as épocas sem se deixar levar por elas, e como seu fundamento é absoluto, tudo o mais se torna relativo frente à ela.

          Assim, a Igreja sabe, pela Revelação, mas também pela experiência histórica, que tudo passa, em especial as modas que acompanham os desejos, estes cada vez mais loucos e fugazes na medida em que nosso tempo avança.

          O desafio da Igreja está não na resistência às modas, que ela já se mostrou capaz de enfrentar, mas sim manter viva a fé nos próprios fiéis, fazendo de cada pessoa um membro do corpo vivo e divino que foi fundado por Cristo.

          Há aqueles que desconfiam e mesmo maldizem, por exemplo, o Concílio Vaticano II, algumas aculturações ritualísticas e mesmo o Santo Padre; há outros que acreditam ser a Igreja um mero poder do mundo, um organismo de transformação social onde Jesus foi o primeiro revolucionário.

          Isto pode ser apenas nossa opinião sobre algo que não conhecemos o suficiente, e mesmo que as coisas pareçam desesperadoras, sempre haverá um número suficiente de pessoas inspiradas pelo Espírito Santo a manter a Igreja de pé mesmo com fortes ventos contrários.

          Estes conflitos refletem, no fundo, a fé que se abala.

          São Paulo VI nos alertava que a fumaça de Satanás havia entrado na Igreja; seu perfume veio camuflado pela desejada moda de cada época refletidas em ideias e comportamentos. Mas é o incenso, a presença de Deus que purifica os ares e traz a fé necessária para atravessar todos os tempos até a eternidade.

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