"É uma ironia que ilustra o estado irracional do nosso tempo a de que sempre que falo a sério me tomem a brincar e de que sempre que falo a brincar me tomem a sério." (G. K. Chesterton)
Esta afirmação de Chesterton pode parecer mero jogo de palavras ou brincadeira, mas não é. Uma sociedade que confunde a seriedade com a banalidade perdeu a referência do real e o senso das proporções.
Imaginemos que alguém afirme, em tom crítico e de revolta, que temos de "cair de pau" em cima de outrem por suas atitudes, e que isto é tomado como apologia à violência física. Peço para imaginarem porque, sim, isto aconteceu. E foi no Brasil
Ou que alguém lhe diga que estão desenvolvendo chips para implante sob a pele que lhe permita comprar, vender, entrar em estabelecimentos, carregar documentos e se localizar. Dirão que é teoria da conspiração ou exagero. Mas não é, vide que isto já é utilizado em alguns países para monitorarem animais de estimação.
Pior é quando a brincadeira é tomada não como assunto sério, mas enquadrada como crime de racismo ou homofobia.
A não distinção entre afirmações sérias e brincadeiras é resultado da perda do senso do real trazida pela deformação do imaginário, e para isto é necessário que a linguagem seja destruída e reduzida a slogans de grupos histéricos.
Afinal, não chamam uma autoridade pública de "genocida" por suposta negligência em suas ações? Ou será que estão matando, de forma sistemática e sob pretextos "científicos", milhões de pessoas no Brasil como na Alemanha, Rússia, China ou Ruanda?
Quando se perde a distinção entre o sério e o banal, pode-se perfeitamente transformar o banal em coisa séria.
Temos de ter cuidado com o que dizemos por aí. Na era do relativismo, impõe-se a moral do grupo política e social mais astuto, mais esperto e mais tirânico.
Se estivesse vivo, Chesterton seria levado muito a sério em tudo o que diz, mas não por sua inteligência e bom humor, e sim como pessoa imoral e até mesmo criminosa.
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