"A pessoa ofendida não quer ser compensada porque foi injustiçada; ela quer ser curada porque foi ferida." (G. K. Chesterton)
Ao contrário do que possa parecer à primeira vista, a pessoa injustiçada não espera uma compensação, como fazem parecer os grupos ativistas que politizam e justificam todo o tipo de ofensa aparente, mas quer ser curada do mal que a atingiu.
Por debaixo de qualquer reivindicação artificial, palavras confusas e sentimentos mal compreendidos, há uma pessoa a ser curada, uma alma que, apesar de todas as camuflagens criadas sobre sua personalidade, espera pela cicatrização da ferida aberta.
Chesterton nos traz, aqui, a dimensão essencialmente humana da dor. Pois, antes de sermos políticos ou de aprendermos as palavras que mal conseguem descrever o que sentimos, viemos ao mundo puramente humanos.
Viemos ao mundo a sós, com nossos condicionamentos, mas com uma alma pronta para experimentar a vida; e da mesma forma iremos embora, a sós, mas com a alma carregada da memória de nossas decisões e uma vida vivida.
É neste transcorrer do tempo, que pode durar de algumas horas a até um século, que brotam as marcas da injustiça e o desejo, de coração, de que tal ferida seja curada pela reparação ou o pedido de perdão.
Se fôssemos capazes de enxergar com clareza nossas experiências mais profundas, não camuflaríamos nossa vivência real com decisões confusas ou exigências artificiais.
A cura da injustiça é a justiça, da ofensa o perdão, da dor o acolhimento. Cabe a nós aceitar a simples realidade como alguém que observa a si mesmo com suas marcas pessoais sem se camuflar com a máscara daquilo que gostaríamos de ser mas não somos.
A cura contra as injustiças cometidas contra nós, bem como de todas as dores e ofensas que nos acometem, começa na sinceridade para consigo mesmo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário